Alice Salles | 27 de setembro de 2013
“O esforço para satisfazer as suas necessidades de forma mais completa possível é a causa de todos os fenômenos da vida econômica que designamos com a palavra “troca”.” ~ Carl Menger, em Principles of Economics
Não existem questões exclusivamente femininas como também não existem questões exclusivamente raciais no âmbito político. O maior objetivo político é a própria liberdade do indivíduo em relação ao governo de seu país.
Se seu objetivo político é a facilitação da cooperação social que beneficia todos os grupos, inclusive as minorias, qualquer demanda por ações coercitivas que visam o planejamento social devem ser repensadas.
Quando o governo aplica qualquer tipo de lei nova ou contrato que castiga ou privilegia o cidadão que faz parte de determinado grupo dividido por sexo, cor da pele ou outra condição qualquer, pessoas acham maneiras de responder através da evasão dessas mesmas leis, aumentando a hostilidade entre grupos diversos e criando fardos que não existiriam caso tais contratos não tivessem sido impostos.
Em outras palavras, quando pessoas são livres para se preocuparem apenas em existir em um cenário livre de coerção governamental, a cooperação acontece naturalmente, principalmente dentro de uma economia de mercado livre e voluntária.
Civilidade existe quando indivíduos diversos trocam serviços e bens livremente já que sabem que dependem uns dos outros para que certos problemas ou necessidades sejam respondidas.
Quando a pia da sua cozinha está entupida e os serviços de um encanador se fazem necessários, a contratação de um profissional da área tem apenas que responder a uma necessidade: que ele ou ela tenha as habilidades necessárias para completar o projeto.
Para o contratador, pouco importa se o encanador reza na direção do qibla ou se ele frequenta a Igreja da Nossa Senhora da Aparecida todos os domingos. A necessidade potencial dos serviços e produtos de outros que talvez não compartilhem da mesma fé ou outra condição que nós mesmos gera incentivo para que todos vivam em sociedade de forma minimamente harmoniosa.
A criação de contratos que restringem a livre associação geralmente tem apenas uma consequência: o grupo minoritário sendo protegido por tais contratos acaba sendo o mesmo grupo que vai sentir na pele a perda de oportunidades.
Um ótimo exemplo dessa manifestação é a consequência brutal da criação de leis que protegem pisos salariais. Quando o governo decreta por lei que o salario mínimo de trabalhadores de qualificação baixa deve ser maior, empresas acabam empregando menos desses trabalhadores já que perdem incentivos para manter funcionários de baixa qualificação na folha de pagamentos.
Quando as pessoas param de querer agir e cooperar livremente com outras por conta do receio que sentem diante da possibilidade de novas mudanças de contratos, leis e impostos, a sociedade como um todo perde.
Quando entendemos que a expansão da ação governamental mina o desenvolvimento humano e evita cooperação social, entendemos também que intrusão do Estado não é a solução que buscamos.
Este artigo não necessariamente representa a opinião do Students For Liberty Brasil (SFLB). O SFLB tem o compromisso de ampliar as discussões sobre a liberdade, representando uma miríade de opiniões. Se você é um estudante interessado em apresentar sua perspectiva neste blog, envie um email para [email protected].