Ivanildo Santos Terceiro | 24 de janeiro, 2018
Denúncias de direcionamento ideológico, a violência dentro e no entorno das escolas (ao ponto de virarem meme), e uma profunda decepção com o formato da própria escola vem fazendo muitos pais brasileiros adotarem o ensino domiciliar. De acordo com a Aned (Associação Nacional de Educação Domiciliar), cerca de 2.000 famílias já tomaram esta opção, que, no entanto, está em um limbo legal.
Comumente acusados de “abandono intelectual”, apesar dos seus filhos sempre estarem acima da média em testes padronizados como o ENEM, os pais de homeschoolers podem ver seu martírio ter fim com o julgamento do recurso extraordinário (RE 888.815) contra acórdão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) que impede uma família de educar os seus próprios filhos no Supremo Tribunal Federal. De acordo com este argumento, apenas o estado seria capaz de garantir que uma criança se desenvolvessem intelectualmente, a despeito de estudos demonstrarem que 90% dos discentes chegam ao ensino médio sem saber o que deveriam.
Como se esta arrogância não fosse o suficiente, o procurador Luís Carlos Kothe Hagemann enviou ao Supremo Tribunal Federal um pedido de representação do Estado do Rio Grande do Sul no processo, chegando ao cúmulo de afirmar que “Um dos primeiros objetivos da educação é preservar os filhos de seus pais, não me parece bom, portanto, submeter permanentemente os filhos aos pais.” Sim, o mesmo estado que não garante a integridade física e intelectual das crianças, agora, afirma que a educação só pode ser obtida em suas escolas e que os pais das crianças, homeschoolers ou não, são um perigo!
Escolas em seu formato atual foram criadas deliberadamente com o objetivo de gerar obediência e conformação aos ditames do estado, pais que se rebelam com esta prática representam uma ameaça – ao mostrarem alternativas à escola tradicional e ao ensino estatal – ao status quo. Não é à toa que regimes fascistas ou socialistas proibiam a educação privada, não existe meio mais eficiente de controlar uma população do que através da educação. A alternativa da educação domiciliar sempre deve estar presente, sobretudo, graças ao perigo que o estado é! Por isso, pais de todo o Brasil estão assinando a petição que pedem respeito a sua posição. Você pode fazer o mesmo aqui.
Ivanildo Santos Terceiro é Gerente de Comunicações do Students For Liberty Brasil (SFLB).
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