Kaike Souza | 18 de novembro, 2015
“Em nome de interesses pessoais, muitos abdicam do pensamento crítico, engolem abusos e sorriem para quem desprezam. Abdicar de pensar também é crime.” – Hannah Arendt
Hannah Arendt, com nome de nascença Johanna Arendt, nasceu na Alemanha em 14 de outubro de 1906 e morreu nos Estados Unidos em 4 de dezembro de 1975. Com a perseguição aos judeus a partir da década de 30 na Alemanha, Hanna foi encarcerada e decidiu-se emigrar do país assim que conquistou sua liberdade. Essa decisão tornou-a apátrica até conseguir a nacionalidade americana em 1951.
Hanna foi uma filosofa política alemã de origem judaica, consagrando-se uma mais das influentes do século XX.
Arendt defendia um conceito de “pluralismo” no âmbito político. Ela acreditava que com esse pluralismo uma potencial liberdade e igualdade política seria gerada entre as pessoas.
Arendt ressaltava que para assumir a responsabilidade política deveriam estar presentes pessoas adequadas e dispostas, já que elas seriam responsáveis pelos convênios e leis que toda a sociedade deveriam se submeter. Com isso defendia um sistema de democracia direta ou um sistema de conselhos.
Arendt obteve uma bolsa de estudos na Notgemeinschaft der Deutschen Wissenschaft ( Associação de ajuda para a ciência alemã) com uma tese sobre a obra de Rahel Varnhagen. Paralelamente a isso, Arendt começou a se interessar por questões políticas.
Analisou a exclusão dos judeus e em 1932, publicou na revista Geschichte der Juden in Deutschland (História dos judeus na Alemanha) o artigo “Aufklärung und Judenfrage” (“O Iluminismo e a questão judaica”), no qual expõe suas ideias sobre a independência do judaísmo.
Ainda em 1932 escreve uma crítica do livro Das Frauenproblem in der Gegenwart (O problema da mulher na atualidade) de Alice Rühle-Gerstel, no qual comenta a emancipação da mulher na vida pública.
Insiste que as frentes políticas são “frentes de homens” e, por outro lado, considera “questionáveis” os movimentos feministas, assim como movimentos juvenis, porque ambos – com estruturas que trespassam as classes sociais – tem que fracassar em seu intento de criar partidos políticos influentes.
Em julho de 1933 ela foi detida durante oito dias pela Gestapo. Já naquele ano Arendt defendia a postura de que se devia lutar ativamente contra o nacional-socialismo. Ao contrário dos filósofos alemães da época, entre eles alguns judeus, e isso gerou uma repugnância da parte de Arendt, que os considerava oportunistas ou mesmo entusiastas.
Nesse mesmo ano Hitler assumia o poder alemão e Arendt por ser judia ficou impedida sua segunda tese que lhe daria acesso à docência nas universidades alemães. Seu envolvimento com o sionismo a levava a colidir com o antissemitismo do Terceiro Reich. Com todos esses fatores decidiu por sair da Alemanha.
Em 1963 Hanna Arendt é contratada como professora da Universidade de Chicago, onde ensina até 1967, ano em que se muda para Nova York e passa a lecionar na New School for Social Research.
O trabalho filosófico de Hanna Arendt abarca temas como a política, a autoridade, o totalitarismo, a educação, a condição laboral, a violência e a condição feminina.
Leia “A Condição Humana”
Pequenos Guias para Grandes Ideias é uma série educacional do do SFLB de introdução a importantes pensadores libertários. Cada post é escrito para dar aos alunos com mentes abertas, um ponto de partida para aprender com os grandes provocadores e agitadores que contribuíram para as ideias de liberdade. Este guia sobre Frei Caneca foi escrito pelo nosso colaborador pernambucano Mano Ferreira.