Kaike Souza | 18 de fevereiro de 2016
Caricatura feita por Jean-Louis Greppo
“O maior cuidado de um Governo deveria ser o de habituar, pouco a pouco, os povos a dele não precisar.” – Alexis de Tocqueville
Alexis-Charles-Henri Clérel, visconde de Tocqueville. Popularmente conhecido como Alexis de Tocqueville, nascido em 29 de julho de 1805, foi um pensador político, historiador e escritor francês.
François Furet destacou os trabalhos de Tocqueville lhe dando evidência no campo acadêmico e político, principalmente nas análises da Revolução Francesa, a democracia americana e as evoluções das democracias ocidentais em geral. Outro importante pensador que lhe deu relevância foi Raymond Aron, que destacou seu trabalho sociológico.
Embora conhecido primordialmente como autor de grandes obras e sociólogo da democracia moderna, Tocqueville ambicionava a vida política.
Um entrave para que Tocqueville ingressasse na política era o regulamento da França daquela época: só poderiam se candidatar homens com, no mínimo, quarenta anos. Quando surgiu o desejo de se tornar político, Tocqueville havia recém se formado na faculdade De direito de Paris. Em 1827 (com 22 anos, então) ingressou na magistratura como forma de adquirir experiência para quando lhe fosse permitida a candidatura.
Em 1830, entretanto, houve uma grande reviravolta graças a nova Constituição que baixava a idade mínima necessária para a candidatura, de 40 para 30 anos. Tocqueville ainda não possuía a idade mínima, porém, em 1836 sua candidatura foi autorizada, mas não conseguiu acesso a Câmara dos Deputados. Todavia, em 1839 foi eleito para uma cadeira na Câmara, posição renovada até o golpe de estado de 1851.
Em 1830, antes de ser eleito deputado, Tocqueville fez uma viagem aos Estados Unidos. O motivo: queria conhecer a tão celebrada democracia. De família aristocrata, Tocqueville não se fechava as ideias familiares e possuía algumas inclinações democráticas. E foi nos Estados Unidos que perpetuou essas inclinações e ficou maravilhado com as conquistas democráticas.
Retornou de sua viagem em 1832 e fez questão de transcrever as novidades que pôde presenciar. Dentre elas a que mais lhe impressionou foi a questão da igualdade, onde todos eram iguais, com exceção dos escravos, independente da origem social. Esses escritos foram publicados em sua obra prima, chamada “A Democracia na América”, em quatro volumes, que lhe abriu portas em importantes instituições, entre elas a Academia Francesa, em 1841.
Tocqueville especulou sobre a natureza primordial da democracia e seus prós e contras. Interpretou que inevitavelmente no seu processo a democracia contribui para a difusão das ideias de igualdade. Acentuou os efeitos negativos da democracia e alertava que poderia levar para uma tirania de massas, onde as minorias perderiam seus direitos assegurados e conflitaria com o princípio número um da democracia: a igualdade.
Sua vida política teve duração de 12 anos, chegou a ser vice-presidente da Assembleia Constituinte de 1849. Foi também ministro das Relações Exteriores. Após o golpe de estado de 1851, Tocqueville se demite e em 1856 publica o “Antigo Regime e a Revolução Francesa”, considerada pelos críticos a melhor análise sobre a Revolução Francesa.
Alexis Tocqueville faleceu vítima da tuberculose, em Canes, no Sul da França, no dia 16 de abril de 1859, cercado da esposa e duas filhas.
Pequenos Guias para Grandes Ideias é a mais nova série educacional do SFLB. Cada post é uma introdução a um importante pensador libertário, escrito para dar aos alunos com mentes abertas, um ponto de partida. Estes guias são entendidas como amostras, não resumos, das grandes mentes que contribuíram para as ideias de liberdade.
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