O efeito Uber

O efeito Uber

Kaike Souza | 24 de agosto, 2017

Elliott Brown

Você consegue imaginar a iniciativa privada resolvendo os problemas do transporte público? Quando pensamos em uma empresa que fornece serviço de táxi executivo, motoristas bem trajados, carros em perfeito estado, mimos aos clientes (água, doces, cerveja, etc) e um aplicativo próprio para chamadas, pensamos no Uber, mas não é desta companhia que estamos falando.

A Gold Táxi é uma empresa, e não cooperativa, que funciona nos mesmos moldes da badalada Uber. São taxistas autônomos que viram na empresa concorrente um estímulo a melhorar e não uma razão para o vitimismo e, consequentemente, o socorro estatal. Ao que tudo indica, a iniciativa privada é capaz de resolver os problemas do transporte público como a palestra do economista Adriano Paranaíba na LibertyCon mostrará.

Infelizmente, disputa travada entre Uber e Táxis convencionais, cada adepto de um dos dois declarou boicote ao outro serviço, fazendo com que os taxistas foram coletivizados como se todos fossem péssimos prestadores de serviços e virou quase que um consenso entre os usuários da Uber a não mais utilização do serviço de táxis.

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Cada indivíduo é livre (ou deveria ser) para poder utilizar do serviço que melhor lhe convir, sem interferência em sua liberdade, porém a idolatria a certos serviços, sem a devida observação atenta ao mercado acaba por criar monopólios. Não entrando no mérito de dizer que todo monopólio seja ruim, principalmente os promovidos naturalmente sem a interferência de imposições ou barreiras econômicas coercitivas, entretanto, por melhor que ele seja, irá ocorrer a concentração de poder no mercado.

A opinião dos contratantes, preços, qualidade e etc não seguirão mais as normas de oferta x procura, já que o serviço não terá concorrentes a altura. O monopólio, por mais natural que ela tenha sido criado acaba por diminuir a qualidade e preconiza o ganho em revelia à busca e fidelização de novos clientes, já que ele tem a sua disposição toda uma gama de clientes reféns aos seus serviços.

Os taxistas estão reinventando o seu modo de agir e, principalmente, trabalhar. Bem, pelo menos aqueles que possuem uma visão inovadora e que conseguem se perceber reféns do monopólio estatal dos serviços de táxis. Não mencionando as licenças para novos taxistas, que já representam um grande entrave para a entrada de novos “funcionários”. Taxistas reféns de cooperativas, que mais parecem máfias especializadas, cujos preços para o serviço são um entrave para a produção de renda, tal qual já iniciam o dia com um saldo negativo resultados desses custos de cooperação, os taxistas estão procurando se reinventar, sair desse mercado comprimido por interesses inescrupulosos.

A Uber chegou não só com a proposta de um serviço individual de passageiros requintado, trouxe também o exemplo na prática que a livre iniciativa melhora e barateia o serviço ao consumidor. E, além disso, impõe aos concorrentes um aviso claro: ou melhorem ou perderão espaço no mercado.

Enquanto alguns insistem em reclamar, outros estão aprendendo a lição e já colocaram as mãos na massa.


Kaike Souza é coordenador local do Students For Liberty Brasil no Rio de Janeiro. 

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