Gustavo de Paula | 10 de maio de 2017
Não é incomum ouvir frases como “trabalhe mais e você será recompensando”. Sentenças assim até são motivacionais e podem servir para te incentivar a sair da sua zona de conforto, mas essa entidade abstrata e complexa chamada “mercado” não funciona tão bem assim.
O mercado recompensa aquele(s) que oferecem um produto que supra a necessidade ou desejo de outras pessoas. O mercado recompensa o quanto você serve às outras pessoas.
É necessário abandonarmos esta antiga ideia, usada por Smith e posteriormente por Marx, afirmadora de que algo vale a quantidade de trabalho utilizada para criar ou desenvolver certa coisa.
Podemos evidenciar problemas muito graves nessa teoria. Pense na seguinte imagem: eu, como fiel seguidor da teoria de valor trabalho, começo a investir meu tempo cavando um buraco, na esperança de que, daqui a 10 anos, possa vende-lo e ficar rico com àquela abertura na terra. Ainda mais, cavo este buraco com uma colher sempre procurando maximizar o trabalho necessário. Ao fim dos 10 anos de escavação, depois de ter empreendido muito trabalho, esse buraco terá valor? Terá mais valor do que se o tivesse feito com uma retroescavadeira? Você pode se aprofundar mais nesta ideia lendo sobre o Paradoxo Água-Diamante.
A teoria de valor subjetivo, diz que, a valoração de qualquer coisa é totalmente subjetiva e é dependente da pessoa que analisa, do tempo e da situação.
Ao meu lado nesse momento, tenho uma caneca vermelha. Gosto dela, serve ao seu propósito. E por isso, neste exato momento, não desejo e nem necessito nenhuma outra caneca. Assim, o valor que eu a dou agora para outras canecas à venda é muito baixo, desta forma, tenho uma chance muito pequena de comprar outra caneca. É também por esta razão que mesmos descontos atraentes podem não significar nada para inúmeros clientes.
Agora, imagine que minha caneca caixa no chão e quebre. Eu vou desejarei ter outro recipiente para guardar líquidos, fazendo com que, outras canecas que estão à venda voltem a ter valor para mim.
Não é necessário apenas trabalho. É preciso que você forneça algo que sirva às outras pessoas. Não adianta trabalhar muito se você não faz algo que as outras pessoas irão comprar e usar. No mercado, utilidade e valor contam mais do que o trabalho, mesmo que um dependa do outro para acontecer.
Gustavo de Paula é estudante e programador.
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