A 2ª Geração Libertária

A 2ª Geração Libertária

Alexander McCobin | 16 de novembro, 2017

[Este artigo foi originalmente publicado em 2013]

Uma nova geração de libertários está surgindo, formando sua própria identidade e propondo uma nova estratégia para mudança social. É uma geração que promove o libertarianismo, mas é um tipo de libertarianismo diferente daquele defendido no decorrer do século XX. Se o livro de Brian Doherty, Radicals for Capitalismdocumentou a fundação do movimento libertário moderno, então, o último período tratado no livro (final dos anos 1980 e início dos anos 1990), viu o nascimento de uma nova geração do libertarianismo. Embora essa segunda geração seja a continuação dos princípios desenvolvidos no século XX, nós divergimos em muitos aspectos.

Essa nova geração não deveria causar surpresa ou ser criticada. É importante lembrar que o libertarianismo não é novo. O termo é historicamente único, mas as ideias são as mais antigas na filosofia política. Fareed Zakaria argumentou que o problema para o libertarianismo contemporâneo é que já ganhou as principais batalhas: o fim da escravidão, a expansão do sufrágio universal e das liberdades civis, e até mesmo derrotou o comunismo. Estamos falando agora dos últimos 5% de liberdade, mesmo tendo conquistado muito nos últimos séculos.

Se levarmos isso a sério, o legado histórico do pensamento libertário remete a tempos muito anteriores aos primeiros proponentes do termo: da defesa de democracia na Grécia Antiga à Carta Magna no Reino Unido, dos fundadores dos Estados Unidos aos abolicionistas dos anos 1800, até mesmo do movimento do sufrágio para mulheres no início do século XXI.

No decorrer do texto, eu explicarei a divergência entre a primeira geração do libertarianismo (século XX) e a segunda geração (século XXI) e argumentarei que o movimento libertário precisa implementar mudanças fundamentais. Não obstante, é importante lembrar que assim como houve unidade pela causa da liberdade no decorrer dos séculos, existe ainda unidade em nossa causa enquanto respondemos a novas ameaças à liberdade e adotamos novas estratégias para criar um mundo mais livre.

 I. A Diferença

Não existe uma data específica para o surgimento do libertarianismo na sua forma moderna. Contudo, é seguro dizer que durante os anos 40 e décadas subsequentes, as pessoas expuseram uma posição filosófica consistente de que a liberdade individual se aplica a todos as pessoas, em todas as áreas de suas vidas. (O Cato Institute aponta para 1943, quando Isabel Paterson, Rose Wilder Lane e Ayn Rand publicaram suas obras primas, como o ano do “nascimento do movimento libertário moderno”). Esse foi o nascimento da primeira geração do libertarianismo, e foi definido por duas coisas: a falta de infraestrutura para defender as ideias e a ameaça presente do socialismo.

Nessa época, existiam poucas organizações, instituições ou locais públicos que estavam disponíveis para os libertários explicarem a complexidade de suas ideias ou promoverem a aceitação dessas ideias por outras pessoas. Não existiam think tanks, partidos políticos, organizações ativistas ou mesmo locais onde efetivamente se pudesse balizar o crescimento do libertarianismo. Esse foi o começo da primeira geração do libertarianismo, nascida de ideias e com muito potencial, todavia, carente de estratégia ou direção.

Da mesma forma, durante grande parte do século XX, o socialismo (e mais especificamente, o comunismo) era considerado um rival político e intelectualmente importante ao governo limitado e era uma opção muito real para os governos o usarem como substituto à democracia liberal. Professores, intelectuais e indivíduos comuns debatiam se o governo deveria abraçar o socialismo.

A força da União Soviética apresentava uma ameaça latente à existência do livre mercado. Os libertários que viviam nessa época tinham boas razões para se preocupar que o socialismo pudesse conquistar mentes e governos de povos ao redor do mundo e, com isso, evitar até mesmo a possibilidade do sucesso libertário no futuro. O socialismo, como algo intelectualmente antagônico ao libertarianismo, era o inimigo Nº 1.

Dadas essas duas condições, em linhas gerais, os libertários da primeira geração optavam por uma das três estratégias abaixo para avançar as ideias da liberdade:

Estratégia 1: Ocultar-se dentro do conservadorismo. Sem qualquer infraestrutura própria para dar suporte aos seus esforços, os libertários buscaram um aliado político que poderiam tanto influenciar para alcançar vitorias libertárias como servirem de proteção enquanto os libertários aprofundavam suas ideias.

Estratégia 2: Discursos agressivos – essa estratégia inclui aqueles indivíduos que decidiram levar ao extremo o significado do libertarianismo e aparentemente afastar as pessoas dessa filosofia de forma a provar que eram “libertários verdadeiros” e que o resto das pessoas estavam erradas. A lógica é compreensível: sem nenhuma infraestrutura e com pouca esperança de ser bem sucedido, um individuo pode muito bem mostrar que possui princípios e simplesmente se isolar, defendendo o que acredita.

Estratégia 3: Construir instituições e ideias libertárias. Os líderes intelectuais que promoveram a liberdade como uma filosofia auto-suficiente são bem conhecidos: pessoas como Ayn Rand, Ludwig von Mises, F.A. Hayek, Murray Rothbard e Milton Friedman. Contudo, aqueles que criaram instituições libertárias transformaram aquelas ideias em um movimento: Leonardo Read com a Foundantion for Economic Education (FEE), Ed Crane com o Cato Institute, David Nolan com o Partido Libertário, F.A. “Baldy” Harper com o Institute for Human Studies (IHS) e aqueles que fundaram a Reason Foundation.

Devido a sua natureza única e inovadora, leigos no assunto somente conheceram o libertarianismo por meio das duas primeiras estratégias. Mas esses leigos não as viam como estratégias. Eles identificaram o libertarianismo como sendo algo estritamente agressivo ou composto por “conservadores extremos”. A terceira estratégia de construir instituições e ideias libertárias foi algo que os leigos não poderiam entender porque era totalmente fora de seu paradigma sobre como o mundo funcionava. Então, eles foram largamente ignorados, exceto por um pequeno grupo. Se você fosse um intelectual libertário nos anos 1950, ou você trabalhava na FEE ou era parte do círculo de Ayn Rand.

Existiam tão poucas oportunidades para os libertários na época que Ludwig von Mises, hoje venerado pelo movimento, não encontrou um emprego quando emigrou para os Estados Unidos. Somente graças ao apoio dedicado de alguns doadores fiéis ele conseguiu uma indicação para a Universidade de Nova York. O libertarianismo não tinha lugar na sociedade da metade do século XX como tem hoje.

Nesse contexto, desenvolveu-se um movimento, restrito pela falta de infraestrutura e pelo poder de seus inimigos. A segunda geração do libertarianismo pode ser definida por característica diametralmente oposta à primeira: a existência de uma infraestrutura libertária e o fim da ameaça do comunismo.

Ao final do século XX, líderes tinham surgido e fundado as organizações que, hoje, são o suporte principal do movimento libertário: nas políticas públicas, o Cato Institute, a Reason Foundation, o Competitive Enterprise Institute, e muitos outros think tanks libertários existem. Estudantes têm sido apoiados por décadas pelo IHS e pela FEE, recebendo educação explicitamente libertária. Hoje, grupos políticos existem, tais como o FreedomWorks, o Partido Libertário e vários outros pequenos grupos dentro dos partidos políticos. E existe um número incontável de ONGs engajadas em outras estratégias de reforma social. (Como vi nessa convenção, existe até mesmo um grupo de políticos filosoficamente libertários). Essas instituições formaram a base da qual a segunda geração emergiu como movimento libertário verdadeiramente independente.

Além disso, a ameaça do comunismo é agora uma relíquia do passado. Ninguém mais defende o comunismo na sociedade atual. O termo “socialista” é vulgar nos Estados Unidos (devo destacar que isso se aplica somente aos Estados Unidos, e que, infelizmente, essa batalha intelectual continua em outras partes do mundo) e mesmo indivíduos que podem ser simpáticos a tal sistema evitam serem assim rotulados a todo custo.

A maior conquista da primeira geração foi vencer a batalha intelectual contra o socialismo. Essa vitória não deveria ser menosprezada. Contudo, aquela vitória não foi o fim. Foi o início. Por derrotar um claro inimigo da liberdade, os defensores da liberdade tiveram a chance de focar seus esforços em aspectos mais sutis e escusos pelos quais o governo cresce e infringe os direitos básicos. As formas de estatismo variam e, por isso, não podem ser combatidas da mesma forma. O comunismo era uma ameaça muito diferente do totalitarismo, do estado de bem-estar, e outras formas de estatismo que estão se espalhando pelo mundo atualmente. E os libertários precisam responder a elas diferentemente da forma pela qual respondemos ao comunismo.

II. As Origens

Anteriormente, eu disse que a segunda geração começou nos anos 1980 e 1990, e é literalmente isso: as pessoas que nasceram na década de 1980 em diante são aqueles que constituem e lideram a segunda geração do libertarianismo. Somente agora, quando crescemos o bastante para chegarmos à posição de liderança no movimento libertário fomos capazes de expressar nossas crenças e exigir reformas internas. A natureza definidora de uma geração de pensamento não é as condições de um grupo, mas a forma de pensar das pessoas dentro do movimento. Chega a década de 1990, com a União Soviética extinta e as instituições libertárias, prontas. Ainda assim, a nova geração do libertarianismo não tinha chegado ao controle; e nem poderia.

A forma de pensar da maioria dos interlocutores falando em nome do movimento libertário eram produtos de um tempo diferente. Mesmo nos anos 1990, muitas instituições libertárias não chegavam nem perto do seu tamanho atual (em termos de receita ou número de funcionários, como indicadores básicos), e mesmo com a queda da União Soviética, muitas pessoas ainda se preocupavam com o retorno da União Soviética ou o surgimento de um novo superpoder comunista (por exemplo, a China). Era muito cedo para se entender as implicações da mudança de natureza do ambiente intelectual e geopolítico.

Enquanto a queda da União Soviética tornou a mudança possível, foram necessárias as presidências de Bill Clinton e George W. Bush para mostrar a muitos jovens libertários qual caminho seguir. Para aqueles de nós nascidos na década de 1980, os anos de Clinton constituem a nossa primeira memória política, quando nossas visões foram concebidas, e das quais poderiam se desenvolver dali em diante até os anos Bush.

Depois da Guerra Fria, a aliança libertária/conservadora foi sustentada devido a: i) medo da reaparição da Guerra Fria; ii) inércia institucional derivada de tal vitória e iii) o surgimento de Bill Clinton como um novo inimigo comum no lugar da União Soviética. Pelo fato de os Republicanos estarem fora do poder, eles foram capazes de invocar a retórica da liberdade econômica e criticar as políticas de expansão do governo de Clinton. Em outras palavras, sua incapacidade para decretar novas políticas governamentais para suas áreas preferenciais lhes permitiu manter a aparência de estar a favor das mesmas crenças que os libertários.

Qualquer aliança existente entre o libertarianismo e o conservadorismo na década de 1990 foi destruída por George W. Bush. Intervenção excessiva nas relações exteriores, desrespeito pelas liberdades civis, expansão descontrolada do gasto governamental e a priorização do conservadorismo social definida pelo governo Bush, revelaram a divisão entre os dois grupos. O governo de Bush fez mais para ilustrar as diferenças fundamentais entre essas duas filosofias políticas do que qualquer outro período na história.

O pretexto de um ponto de convergência filosófica foi destruído. E para a juventude atual, aqueles que podiam pensar ser conservadores começaram a questionar sua identidade política. Por todo o dano que causou, até certo ponto, nós devemos a Bush um obrigado por ajudar muitos jovens a evitar uma crise de identidade, afastando-se do conservadorismo.

III. Temas explorados pela 2ª geração

Na prática, o que significa a tomada de controle por parte da segunda geração libertária? Como qualquer empreendimento, eu não tenho como prever o seu desenlace. É um processo de evolução que se revelará com o tempo. No entanto, acredito que existem três novas e tangíveis mudanças a caminho:

Primeiro, uma nova priorização de questões para a 2ª geração libertária, particularmente no que tange à liberdade social, relações exteriores e o meio ambiente. Na 1ª geração libertária, muitos líderes (embora não todos) decidiram focar nas questões econômicas, deixando as sociais de lado. A lógica é compreensível: se os libertários e conservadores podiam derrotar o socialismo, podiam também confrontar outros problemas com o passar do tempo. Bem, o socialismo foi derrotado.

É momento de focar nas questões sociais. Sempre haverá ameaças à liberdade econômica. Nunca chegará o tempo onde a liberdade de troca econômica será tão amplamente aceita e protegida que seremos capazes de baixar nossa guarda. Esperar por tal estado utópico das coisas não pode ditar nossa abordagem com relação à mudança social no mundo real. Em vez disso, a causa da liberdade na 2ª geração demanda que os defensores não só defendem a liberdade no campo econômico, mas também no campo social. É por isso que muitos jovens se preocupam profundamente com as liberdades civis na atual guerra contra o terrorismo.

Oposição à Guerra às Drogas não é baseada somente na violação dos direitos individuais de usar nossos corpos como quisermos, mas também nas muitas violações de direitos civis e os efeitos nocivos na sociedade que da guerra derivaram. A censura, uma internet desregulada, e outras questões de liberdade de expressão são prioritárias. Em vez de compactuar com o ceticismo conservador da degradação ambiental, nós nos preocupamos em preservar o meio ambiente, mas por meio de mecanismos voluntários, de livre mercado. E, é claro, a liberdade do casamento é uma das reivindicações mais aceitas entre os jovens libertários com direitos iguais e status legal devido aos indivíduos que são gays sendo talvez o caso mais claro de abuso dos direitos civis e discriminação em nosso tempo. Segundo, é uma redefinição das alianças políticas.

Os libertários da 2ª geração estão focados em construir um movimento verdadeiramente libertário, que se sustenta por contra própria, sem uma aliança permanente e intrincada com qualquer outra ideologia. Em vez disso, nós buscamos construir mais instituições libertárias enquanto trabalhando tanto com democratas como conservadores nas questões que temos em comum. Enquanto muitos libertários da 1ª geração zombaram quando me manifestei anteriormente, o fato é que estamos vendo muitos jovens de ambos os espectros políticos se aproximarem do libertarianismo e, até mesmo, muitos já se decidindo pelo libertarianismo desde o início.

Os libertários estavam participando nos protestos do Occupy Wall Street como parte da mesma crítica ao corporativismo de compadres. E os esforços estão sendo feitos para unir libertários e democratas, especialmente na questão das liberdades civis como a liberdade de casamento. Muitas pessoas parecem pensar que os libertários podem colaborar somente com um lado ou outro e considerarão esse parágrafo como sugestão de que os libertários não deveriam mais trabalhar com os conservadores. Essa conclusão não poderia estar mais longe da verdade. Os libertários deveriam estar dispostos a trabalhar com qualquer pessoa ou grupo nas questões onde há convergência, todavia, esteja certo de diferenciar claramente nossa identidade das questões que defendemos.

Enquanto isso pode incomodar os mais à direita que esperavam que os libertários compactuassem integralmente com seus esforços, não importando o que defendessem, nós, libertários, possuímos a mesma quantidade de apoiadores na esquerda como temos na direita. Precisamos nos distanciar tanto do progressismo quanto do grande governo conservador. Essa geração é a que mais apoia a construção de um movimento libertário mais abrangente na história.

E para ser verdadeiramente acolhedor, devemos evitar envolver nossa identidade seja com a esquerda ou com a direita. Com essa redefinição, o propósito da política está sendo estruturado pela nova geração. Não queremos participar da política simplesmente porque é política. A política não é o suficiente. Antes que qualquer reforma política significativa seja colocada em prática, uma mudança na opinião pública deve, necessariamente, ocorrer. Devemos apoiar nossos colegas no meio acadêmico, na imprensa, nos negócios e em todos os outros lugares. Através do fracasso dos esforços da 1ª geração em encontrar uma resposta mágica para a liberdade, estamos dispostos a diversificar nossos investimentos em prol de um retorno sobre investimento em termos de liberdade para se alcançar reformas importantes, de longo prazo. A solução não virá através da criação de uma terceira força política ou da tomada de controle de um dos partidos existentes. Nenhum partido político sozinho é suficiente.

O que necessitamos é que todos os partidos políticos se direcionem cada vez mais à filosofia do libertarianismo. E para isso ocorrer, são necessários indivíduos engajados e instituições presentes em todo o espectro político.

Terceiro, é uma ênfase crescente na persuasão. Hoje, jovens libertários não têm desejo de ser parte de um movimento que se orgulha em ser rejeitado ou isolado. Nós queremos ser parte de um movimento que cresce e faz com que o mundo se torne um lugar mais livre. A estratégia daqueles que vociferavam na 1º geração pode ter feito sentir-se bem quando gritavam com toda a sua voz, mas não tornaram o mundo mais livre. Na verdade, a reputação da 1º geração manchou a bandeira do libertarianismo e dificultou a tarefa daqueles de nós que desejam proteger os direitos das pessoas no mundo real. O estereótipo de libertários como anti-sociais, blogueiros de 30 anos de idade vivendo no porão da casa de sua mãe, deve ser abolida, e isso só pode ser feito caso não hajamos assim; ir a outros eventos, participar como membros ativos da sociedade civil e apresentar nossas visões como alternativas viáveis ao status quo problemático ao invés de rejeições radicais do um estado de coisas aceitável. É importante não atacar ou depreciar os de fora que não concordam conosco.

Um aspecto relacionado é que enquanto a 1º geração enfatizava argumentos particulares para defender a liberdade, emoções e sentimentos de desprezo como justificativa para crenças políticas, é hora de abraçar essas facetas da existência humana e integrá-las em nossa visão política do mundo. Devemos nos esforçar para ser embaixadores da liberdade, convencendo outros que a liberdade é uma força positiva no mundo, uma que, se seguida, levará a maior liberdade e prosperidade para todos. O sucesso da 1ª geração levou-nos a um patamar onde nós podemos efetivamente fazer a diferença. Nossa geração tem a chance de criar o mundo mais livre que se tem notícia. E os membros da 2ª geração levam isso a sério; não vamos perder essa oportunidade.

Essa mudança no foco das questões não afeta simplesmente a substância do que nos preocupamos. O que importa é a forma pela qual nos preocupamos também. Nós precisamos gastar mais tempo discutindo as preocupações dos menos abastados na sociedade, sendo a moralidade do capitalismo e as questões sociais tratadas iguais, se não com mais importância, do que as questões econômicas. E quando o fizermos, precisamos enfatizar uma mudança retórica que não se alinha com a direita, mas que desenvolve um sentido de identidade e propósito verdadeiramente libertário.

Isso significa que o libertarianismo está mudando. Os debates dos anos 1970 e 1980 não são mais os mesmos de hoje em dia. A estratégia empregada naquela época não é mesma que será utilizada por essa nova geração no futuro.

IV. Conclusão

O futuro do libertarianismo tem sido definido pela 1ª geração por tanto tempo que a maioria das pessoas não percebeu a natureza mutável dos jovens que fazem parte do movimento. Aqueles que carregaram o estandarte da liberdade na 1º geração merecem as maiores honras. Eles foram fundamentais no amadurecimento da filosofia e na construção do movimento. É por causa de seu trabalho no decorrer dos últimos 40 anos que nós estamos na extraordinária posição que alcançamos. Contudo, é crítico para o futuro que aqueles indivíduos que desenvolveram suas crenças na 1ª geração permitam que a 2ª geração se desenvolva e altere a natureza do movimento libertário. Se o objetivo é uma sociedade livre, a juventude atual precisa ser aquela que estabelece as diretrizes para os próximos 40 anos.

Com uma base intelectual e institucional forte para seguir adiante, nós, jovens líderes, podemos focar em fazer crescer a causa da liberdade. Enquanto muitas estratégicas podem ser empregadas (e acredito que existam mais estratégias disponíveis aos libertários hoje do que 30 anos atrás), nós podemos nos unir pela causa comum da liberdade. Talvez a descrição mais positiva da 2ª geração seja: nós estamos aqui para trabalhar juntos para alcançar reformas palpáveis de longo prazo de forma a proteger os direitos básicos e a liberdade individual.

E aqui está a parte mais excitante: a geração nascida desde a década de 1980, como um todo, é mais libertária do que qualquer geração anterior. Crescemos tolerantes com relação à sociedade, responsáveis no aspecto fiscal e apoiando uma defesa nacional forte, mas não a agressão do Estado. Não somente a 2ª geração está assumindo as rédeas do movimento libertário. Ela tem o potencial de assumir as rédeas da sociedade como um todo.

O sucesso do Students For Liberty em somente 5 anos é apenas um exemplo disso: chegar ao número de 900 grupos estudantis com dezenas de milhares de estudantes em nossa rede, organizar conferências de estudantes libertárias com mais de 1000 participantes cada, e muito mais. Há um futuro brilhante à frente. E com uma nova geração de libertários, ele tem o potencial de ser incrivelmente mais livre.


Alexander McCobin é CEO do Conscious Capitalism e foi CEO do Students For Liberty

Este artigo não necessariamente representa a opinião do SFLB. O SFLB tem o compromisso de ampliar as discussões sobre a liberdade, representando uma miríade de opiniões. Se você é um estudante interessado em apresentar sua perspectiva neste blog, basta submeter o seu artigo neste formulário: http://studentsforliberty.org/blog/Enviar

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